Mais do que nunca os homens vão olhar o céu e vão ver mais luzes. Mais estrelas, mais luas, mais sóis.
O céu bem escuro não deixava ver nada. Escureceu de repente e deixou tudo negro.
O olhar se acostumou com este breu. Quando as luzes começaram a voltar, a atenção foi imensa. Tudo mudou. Tudo adquiriu mais sentido. O olhar ficou mais inquieto, mais perscrutante, mais detalhista.
E começou a ver mais, mais do que antes, antes de tudo escurecer, virar breu, bem antes. Os detalhes, aqueles bem pequenos, quase nada, começaram a ficar visíveis. O olhar ficou bem mais apurado, mais exigente, não deixando passar nada.
Metáforas…
O mundo escureceu de repente e deixou tudo negro. O olhar dos homens, que enxergava antes, mas não via, passou a não enxergar nada. Por um bom tempo, longo tempo.
Mas os mecanismos da alma foram focados e quando começou a clarear o mundo, os olhos dos humanos, através da luz acionada da alma, os olhos que enxergavam, mas não viam, começaram a ver. E isto é o que a fase pandêmica deixou como legado: Uma forma mais lúcida de ver tudo.
O mundo não mudou. Vai continuar com pontos sutis, luminosos, com luzes médias e fortes. O olhar dos homens, que apenas olhava, agora tem mais capacidade, agora pode ver.
O olhar dos homens é que mudou. A escuridão fez com que o sentimento escondido, represado, trouxesse à tona esta capacidade. A capacidade de ver na sutileza, olhar nas entrelinhas, ver a beleza, ver tudo com amor.
E procurar entender este amor, cada vez mais intenso, pulsante, cada vez com mais formas diferentes, como estrelas, luas, como sóis… O mundo não mudou, mas olhar do homem, certamente, hoje mudou!
Senhor! Que haja essa mudança!
No olhar!
No ver!
No sentir!