MENSAGEM DO MESTRE JEAN
A razão importa, sempre importou. A razão é o que até aqui tem movido o mundo, acionando todos os mecanismos da intelectualidade.
A razão continua importando. O grande e terrível é justamente a sua supremacia. Sozinha ela se torna algoz do próprio homem, petrificando-o , deixando-o inflexível, dominado pela materialidade. Sozinha ela abre as comportas da inteligência e do raciocínio, mas o momento é unilateral e escravizante. As mesclas de sentimento foram notadas ao longo do tempo, mas ainda hoje apresentam -se tímidas, sem equivalência em termos de nivelamento com a lógica dominante.
Neste momento há uma cisão no tempo. A razão posta à prova e mostrando-se aquém do seu potencial estimado. Neste momento, a razão humana, com todos os predicados intelectuais, vê-se falha. Vê-se impotente frente à imprevisibilidade, à falta de visão realística que lhe preparasse, que lhe equipasse para possíveis e reincidentes pandemias. E, de repente, assoma o outro lado. O lado deixado de lado, o lado pouco valorizado. O lado que pede para ser visto, mas que, na realidade, assume finalmente o seu lugar: o sentimento. O momento é orquestrado de tal forma pela natureza, que a inteligência, o raciocínio, nos braços da ciência sua produção ao longo dos séculos, não tem solução imediata. Os homens sábios, seres superiores, conquistadores, avançados, cada vez com mais campos abrangentes de conhecimento se batem à procura desesperada de um antídoto, ao menos de um paliativo…Mas, ainda nada. Nos laboratórios do mundo, mãos e mentes ágeis buscam soluções práticas enquanto a humanidade vê-se amedrontada, isolada, sabendo-se à mercê da doença.
Neste compasso tem-se visto a evolução do sentimento. Se a prevalência da razão caracterizou sempre a visão egoísta e hermética, a noção e a adoção de um materialismo forte, de divisões e categorizações entre os homens, o sentimento chega para inverter esta ordem. Os homens começaram a se ver. Começaram a ver os outros. Começaram a se ver, tênuemente, como iguais, começaram a pensar que talvez não seja o mundo só matéria, que talvez haja sim , algo mais inexplicável , mas de certa forma real. Em pouco tempo, em pouquíssimo tempo, a solidariedade aconteceu. Em pouco tempo, em pouquíssimo tempo, todos precisam de todos.
E, neste pouco tempo, o homem raciocina colocando, a par da sua razão, a comoção. Consegue abstrair-se e, aos poucos, descobrir que tudo, frente à dor, frente ao caos, frente à perda, tem outro jeito de se olhar. E com este jeito de se olhar torna-se outro, cresce, amadurece e vai deixando-se enternecer. Neste processo, nesta mutação, vai permitindo que a semente do amor, permanente em seu ser, finalmente aflore, o faça entender, e mesmo sem poder estar perto de seus irmãos o faça estender, com a força de seu coração, a energia e a vibração de quem começa uma nova etapa, um novo tempo, uma Nova Era ! Senhor! Obrigado pelo despertar! Obrigado por nos sensibilizar! Obrigado por nos unir!