193 MENSAGEM DO MESTRE
Escalas… são muitas as escalas entre os seres, encarnados ou não. E o mais incrível é que as escalas abstraem a matéria.
Em ambos os planos, se equivalem os níveis evolutivos. Na materialidade, no entanto, são bem visíveis, visto que se “vestem e se revestem” com os aparatos ao alcance de cada um. Permite então esta dimensão, muitas vezes, uma avaliação bem mais rápida, quase às vezes instantânea, do nível de estágio onde se insere uma criatura. Mas, na realidade, o que caracteriza, de maneira contundente, esta localização é o desapego.
Quanto mais elevado ou quanto mais vai se elevando o ser, menos coisas vai necessitando. Abstraindo-se todos os elementos materiais, alguns necessários por toda a vivência, o desapego de que se fala é o do supérfluo ao ego de cada um.
O homem nú, sem vestes ou propriedades, existe?
O homem nunca está nú. Carrega consigo, além ou apesar das coisas materiais, uma carga imensa de aparatos inusitados, em seu interior, que o fazem sentir-se, muitas vezes, como dono do mundo. Individualismo, vaidade, egoísmo, superioridade, orgulho, auto imagem aumentada, todos os predicados que o fazem grande e dominador, maior que os outros. São os apegos que grudam, que aderem e fazem com que o homem esteja sempre carregado de apetrechos nefastos e desnecessários.
A cada tempo, não apenas a matéria foi sendo mais e mais sofisticada como acessório, mas impulsionou a conquista de novas “qualidades”, tidas como as “conquistadas”, por esses mesmos avanços.
Assim hoje, quando o mundo para, por conta de uma pandemia, o homem leva um susto! Onde a superioridade?
Onde a vantagem de ter chegado a tantas conquistas?
Onde as diferenças de nível em termos de aquisições materiais?
Onde as grandes adjetivações pessoais?
O mundo parou.
Com todas as diferenças, os homens, todos os homens, ficaram igualmente sujeitos à mesma praga. Nús, no sentido figurado. Apenas seres iguais, num momento igual a todos, com as mesmas fragilidades,sem aparatos. Mas todos com a capacidade de pensar, de refletir.
Na escala evolutiva, o pensamento que se mostra mais apegado à matéria, mais restrito, mais fechado, quando se abre, quando consegue vislumbrar, livre e deixando para trás tudo o que é supérfluo, vê mais longe.
Aberto, desembaraçado das amarras do apego ao desnecessário, consegue luz. Na luz, ainda que tênue, vê o quanto tudo minimiza na frente do sentimento. Num momento igual para todos, onde os valores são repensados, vê com clareza o que é real e verdadeiro na vida: o amor, o amor entre os seres, a união.
Um passo à frente.
Um passo ao alto.
Um degrau a mais na escala evolutiva.
Legado deste momento, aos seres prontos!
Senhor, que todos consigam aproveitar!
Que consigam entender!
Que consigam valorizar!
