MENSAGEM DO MESTRE JEAN
Não há como não se dar conta, hoje, da fragilidade e da finitude da vida humana. Não há como não se dar conta da impotência, frente ao inevitável. Toda a tecnologia e o progresso científico, pródigo em previsões e pródigo em antecipações de catástrofes, ultimamente tem sido muito falhos. Seria muita ingenuidade atribuir tudo ao acaso. Seria muita ignorância atribuir tudo a lapsos normais dentro da cadeia do progressivo avanço do tempo.
O tempo que em seu curso vem tendo momentos de parada obrigatória, momentos de destruição, momentos de reclusão, desde o início da humanidade no Planeta. Do mesmo modo, os homens pararam atônitos vendo o mal se alastrar, vendo a dor chegar, vendo entes partirem, vendo o mundo sucumbir num pequeno espaço de tempo. Não é um fato novo. Não é um fato único. É apenas uma nova edição de um fato decorrente natural da evolução. Mais uma vez pega uma Terra despreparada, ainda que se achando plena de recursos materiais nos lugares privilegiados, ainda que sabendo o quanto de disparidade, em contraponto, existe nos lugares abandonados à deriva. Não há, neste momento, a grande distinção: os abastados, isolados e protegidos, os abastados, isentos e atendidos.
Não, neste momento vão ser todos iguais. O mal não tem detector de condições e regalias. Neste momento o ser humano é apenas isto: ser humano. Ser, ente, pessoa, gente: Humanos. Nenhum adjetivo a mais, nenhum predicado, nenhuma distinção. Apenas humanos. Humanos despreparados material e moralmente para este turbilhão. A correria faz com que haja a busca imediata de soluções na parte humana e material para socorro. A união se faz urgente. Mas, um paradoxo: o isolamento também. Lugares para exercitar e trabalhar, lugares para pensar e refletir. A tecnologia e a ciência, imprevisíveis na detecção antecipada da tragédia, agora são úteis e necessárias. Em pouquíssimo tempo de um lado correr para prover-se de condições de enfrentamento, de outro o confinamento, o único mecanismo provável de proteção. Acaso? Falha de previsão? Todos estão hoje sabendo que não. Há sim, um consenso sobre a necessidade da revisão dos valores , da revisão dos sentimentos, da revisão de atitudes. Nada será igual… Já se ouve, e muito, esta afirmação.
E, por que? Pelo medo? Pelo pavor? Pelo rastro de tristeza e perda , pelo sofrimento? Por tudo isto sim, é certo, mas também muito pelo espaço trazido para que a humanidade toda se repense. Para que o mundo se repense. Para que o mundo passe a vibrar em outra direção. Chega de materialismo! Chega de ódios! Chega de competições! O momento é de questionamentos e de busca de respostas. O momento é de reflexão. Que o progresso, que até hoje aconteceu, saia da materialidade apenas e auxilie o planeta a utilizá-lo na conquista dos bens morais que aproximam, que unem e que se tornam os valores verdadeiros que levam à conquista dos degraus maiores da na escala evolutiva. Senhor! Perdoa nosso atraso! Perdoa nossa imprevisão! Perdoa nossa fragilidade!