Bem poucas são as vezes que o ser humano pensa na vida como um todo, com isenção e responsabilidade.
O papel da materialidade é como uma cápsula que envolve, inebria, anestesia e faz sempre o possível para impedir ou, pelo menos, dificultar o rompimento do invólucro, forçando que haja real e verdadeira força advinda da conscientização .
É tão poderosa e difícil esta prova que, há séculos, os seres vão indo e vindo, sem grandes resultados. Romper esta barreira, conseguir alçar outro patamar, ver o mundo de forma clara e coerente, e a vida como sequência e consequência, é o grande desafio dos espíritos que se materializam em orbes como deste Planeta.
Na paulatina série de ocorrências, pelas quais a humanidade tem passado, há inúmeros registros. O raciocínio humano e a inteligência sempre deixaram e continuarão deixando legados, em todas as áreas. Mas, se por um lado o progresso alcançado abriu horizontes, desvendou inúmeros “mistérios” para o conhecimento, encurtou caminhos, “conectou” instantaneamente o mundo, ampliou o tempo de vida e colocou um inimaginável número de avanços tecnológicos para a melhoria da qualidade de vida de alguns, cada vez mais criou teias pegajosas que limitam, por serem irresistíveis e tentadoras, e que continuam, por isso mesmo, impedindo que o homem consiga a condição necessária e imprescindível para evoluir.
Os aparatos e os envolvimentos tornaram-se tão escravizantes que não existem mais seres que prescindam de máquinas. Máquinas para se conectar, máquinas para se relacionar, máquinas para se informar, máquinas, …máquinas para viver!
Este cenário não vai mudar muito com o advento dessa pandemia.
Dificilmente tudo vai mudar. Dificilmente todos os seres, que sobreviverem às experiências deste tempo, vão deixar para trás a materialidade, vão usá-la com comedimento, dando-lhe seu verdadeiro papel, que é de ser pano de fundo para as necessárias oportunidades vivenciais de cada um. O protagonismo da matéria existe forte, e só deixará de existir através do amadurecimento dos seres.
Agora, muitas coisas ficaram em evidência: a saúde, a doença, a vida, a morte.
O homem não pode se ver só. O outro e os outros, igualmente, apareceram. As coisas se relativizaram, muitas se desvalorizaram.
Por enquanto, há uma comoção e uma indefinição:
Sairá o homem do casulo da matéria?
Terá este momento a capacidade de provocar os questionamentos e as reflexões, capazes de acordar a consciência humana?
Tudo vem para impedir que a marcha do progresso estacione. Tudo é impulsão. A tudo é necessária uma resposta em termos de reação.
Que o homem esteja preparado para essa resposta.
Que consiga sair do casulo, e tal qual a natureza demonstra, alçar voo, consciente e liberto!
Senhor! Faz- nos acordar!
Faz com que busquemos a verdade!
Faz com que possamos voar!