O mundo material abominou a poesia.
Afirmação? Dedução?
Constatação.
A poesia é a tradução do sentir. O mundo material endureceu, enrijeceu.
A poesia é maleável, a poesia é fluida e leve.
Até isso, hoje se constata: há muito pouco de poesia, poesia não é valor, não é mais.
E, muitas vezes, adquire formas duras, realistas demais, compatíveis com este tempo e lugar, mas não com o sentimento que é seu norte, e vai ser sempre.
Pode não aparecer, não explicitar-se, mas existirá sempre. Expressa em prosa e em verso, mas também na música, nos sons, em todos os sons, nos olhares, nos sorrisos, nos gestos, em todas as formas de expressão.
Deverá voltar à Terra, a poesia, como sinal de evolução dos homens. Aos poucos, desnudando-se da materialidade que vem tomando conta há muito, os homens vão reencontrar-se com ela.
Ao conectar-se com a natureza, a qual nem tem tido tempo de, pelo menos, notar, os homens vão senti-la. Olhando o céu, o sol, as estrelas, a lua, as águas, os verdes, as paisagens e os olhos e os sorrisos. Sentindo a brisa, as gotas de chuva, o vento forte, a paixão, o afeto, o amor, sentindo a compaixão, a saudade, o encantamento, o enlevo, sentindo a esperança, a paz!
Isto tudo é poesia!
Senhor! Obrigado!
Por fazer voltar a sensibilidade!
Por trazer de volta a poesia!