O tapete. Simbólico ornato que os seres inventaram para nele pisar ou pisarem reis, deuses, sumidades. Em cada tempo, em cada lugar, em cada grupo de pessoas, assumindo características peculiares.
Características quanto a materiais, quanto a estilos, quanto a funções. Existe, é certo, na história da humanidade, este capítulo: o dos tapetes, sua simbologia, seus rituais, suas configurações, suas histórias.
Mas, independente da riqueza e extensão deste capítulo na visão pregressa e atual do mundo, o tapete é uma construção. Conforme a época, é resultado de um conjunto de configurações que vão lhe dar o feitio final, a sua concepção.
Alguns valiosos, pesados, luxuosos, ricos em detalhes, consistentes em valores éticos e estéticos, outros mais suaves em cor ou nos detalhes, uns muito decorados, outros mais lisos, mais sedosos, aveludados, outros mais rústicos.
Mas, o que em comum todos têm é que foram feitos para ornar, para serem trilhados, para serem úteis, para servir. Há os imponentes, há os simples. Uns servem reis, outros apenas protegem do pó.
Há os que nunca saem do chão, há os que voam, em histórias mágicas do imaginário… Metáforas, metáforas…
Pensar em ser tapete, pensar na vida como um tapete. A cada pedaço, o cuidado na elaboração, a cada passo o cuidado na evolução. Depois de um tempo, a escolha dos fios… mais simples, toscos, ou mais aveludados, acetinados.
Qual vai ser o material e a tonalidade? O que escolher para o tapete da vida?
Linhas, lãs, fios ou flores?
Conseguirei mantê-lo seguro? A vida com firmeza, com convicção?
É possível um tapete leve, apesar disso, com a dosagem certa dos materiais densos e sutis?
É possível ter firmeza e leveza?
É possível voar com o tapete da vida?
Qual a utilidade, qual a perfeição, qual a beleza que a vida teria, a vida inventada, sonhada e vivida, se fosse um tapete?
Metáforas…
Senhor, Obrigado!
Por nos fazer voar!
Por nos fazer sonhar!
Por nos fazer pensar!
