À medida da capacidade de entendimento que, é adquirida através da maturidade espiritual, os seres se tornam mais perspicazes quanto à visão das coisas da vida. É como se, aos poucos, o campo visual fosse se abrindo, expandindo, e tal qual uma lente de aumento, alargando e detalhando o plano e o horizonte de imagens.
Tudo fica mais claro e, em consequência, adquire maior sentido. Coisas, antes imperceptíveis, aparecem e adquirem valor. Em contrapartida, essa abrangência, essa capacitação aos detalhes traz muito mais apelos e muito mais responsabilidade. Ao cego, perdoam-se e relevam- se os constantes tropeços, os esbarrões, até as quedas. Mas, dos que veem, espera-se no mínimo atenção.
Ao que já consegue ver, no plano da alma, as coisas todas passam a fazer mais sentido e até as que eram insignificantes assumem valor. No plano da realidade pode-se traduzir o dia a dia, enxergando além da rotina da vida trivial, do corre-corre, casa, trabalho, vendo o que de mais importante ocorre neste burburinho e que transcende a simplicidade do cotidiano.
As exigências que assomam são as exigências do amor. Muitas vezes ofuscadas, abafadas, no macrocosmo da “normalidade”, as exigências do amor, em todos os planos, em todas as instâncias, em todas as ocasiões e instantes, não são notadas. Vidas passam sem serem notadas, sem serem vistas, ofuscadas por um sem-número de urgências e coisas mais importantes.
A maturidade espiritual é a lente que apresenta a verdadeira dimensão do amor e, em consequência, de suas exigências. É ela que mostra o macrocosmo do mundo, a natureza, e aponta as belezas, mas também detalha os descuidos.
É ela que mostra a diversidade dos povos e lugares, aponta as belezas, e detalha os ódios, as guerras. É ela que mostra as diferenças entre os seres, as peculiaridades nas relações, aponta suas belezas e detalha aos conflitos, as intolerâncias. É ela, assim, que mostra a importância do amor e aponta a sua beleza e detalha a sua falta. Em consequência, coloca o ser frente à frente com a inadiável e premente decisão de render-se à exigência do amor. Em cada momento, em todos os momentos, daí para frente, sentir amor, pensar amor, dar amor, amar!
Ver, com a capacidade de ver, trazida pela lente de sua maturidade espiritual, as lacunas do amor, no macro e no microcosmo e, com amor, com muito amor, preenchidas!
Senhor! Que tarefa!
Quanto amor é preciso!
Que possamos amar!