As inúmeras vezes que houveram chamados aos homens, não foram atendidos.
Surdos, não ouviam; cegos, não viam; incapazes, não entendiam.
Muito extenso o tempo que durou a imaturidade dos seres na Terra. Fator que impediu sua percepção da necessidade de desenvolvimento e crescimento como criaturas, de forma equilibrada e harmoniosa.
O raciocínio, a inteligência e a criatividade foram fatores desencadeantes de progresso, sem dúvida. Progresso que ligou todo o globo e que, na sequência, trouxe a comunicação instantânea. Progresso que modificou e modernizou a vida humana, em todas as áreas nos últimos tempos, com incrível alcance na ciência e na tecnologia.
Mas todas essas conquistas vieram privilegiando parte, apenas uma parte, do todo que se constituiu o aparato evolutivo da Criação. O exato, o matemático, o material, foram os beneficiários de todas as investidas que estão exemplificadas na atualidade do Planeta. A outra parte, a do sensível, do imaterial, do sentimento, da verdadeira razão do investimento de viver, essa ficou para trás. Mas o que marca e que é desolador, não é apenas a falta de atenção a esta área, a mais importante.
É também o que a sua falta acarretou à espécie humana e ao seu habitat. A busca incessante de superação no campo de constantes disputas, de supremacias de egoísmos, levou a humanidade a ficar completamente alheia às responsabilidades inerentes a sua condição de ser e de habitar. Não percebeu que a estadia no Planeta o tornava morador, e lhe acarretava incumbências e cuidados em relação à sua morada.
A sua condição de ser humano e social, igualmente trazia o natural dever de conviver, de cuidar e amar os seus iguais. Nada disso foi levado com seriedade ou com compromisso.
Aliás, nunca foi compromisso, até hoje.
O resultado? Um mundo descuidado, desleixado, depredado, tanto no entorno quanto no seu âmago. Os cenários naturais mostram o quanto. Os quadros sociais também demonstram o quanto. Há absoluta falta de amor. Em pleno século XXI, os homens conseguem ainda ser surdos, cegos, incapazes de entender. Mais uma vez, estão sendo chamados. Mas, dessa vez sem muito tempo. Os seus inventos apressaram as informações e as comunicações, para suas investidas e motivações de fazer coisas, adquirir coisas, divulgar coisas. Pois, que sejam agora utilizados para ajudar na recuperação do essencial. Não há muito tempo para a recuperação de toda uma parte primordial para o avanço evolutivo: a parte do sentimento. A que vai transformar o homem, de um ser duro, egoísta, bélico, irresponsável, num ser cuidadoso, comprometido, amigo, caridoso.
De um ser desligado da realidade, descompromissado com a conservação e a saúde do Planeta, num ser realista, preocupado em conservar o que ainda pode ser salvo. De um ser egocêntrico, senhor de si, preconceituoso, num ser que consegue ver o outro como irmão, e entender que há uma razão para todas essas experiências coletivas. Enfim, de um ser que passa da ignorância ao sábio entendimento de que o amor, que até agora foi deixado de lado, tem que, finalmente, assumir o protagonismo, pois é para isso que existe vida!
Senhor! Obrigado!
Pela paciência!
Por mais este chamado!
