96 MENSAGEM DO MESTRE JEAN
É um tempo único aos homens, este que se apresenta. Incrédulos e atônitos, veem passar lentamente os dias, outrora tão assustadoramente rápidos. Que diferença!
A rotação que não deixava nenhuma brecha para que houvessem instantes, mínimos instantes de pausa, hoje teve seu movimento reduzido a ponto de parar. E as atividades, os compromissos “inadiáveis” e a premência do tempo, o incessante desespero de horários a serem cumpridos, foram sendo, paulatinamente recrudescendo, a ponto de parar.
Que diferença!
Mas, tudo isso são observações de fora, visíveis a olho nu e comprovadas pelas contenções e ajustes nas atitudes previstas, desejáveis e muitas vezes obrigatórias, frente aos protocolos para o impedimento à propagação de um vírus. O cenário externo apresenta-se hoje como um filme, com rodagem em câmera lenta, bem diverso, muito diverso, do que antes desse evento pandêmico.
E o cenário interno?
Qual a diferença que, analogamente, se processa no interior das criaturas entre o antes e o agora? Quais as comparações, a priori, entre o que sentiam e o que pensavam na vida que se processou até aqui, com as características de impulsividade e premência, que eram pano de fundo deste tempo que foi interrompido pela chegada desta imprevisível crise? São muito claras as ponderações que já se fazem ouvir, quanto à oportunidade de pensar, refletir, equacionar, que estão sendo trazidas pelos espaços que se abriram, nos protocolos de reclusão. Mas pensar o quê? Refletir sobre o quê? Equacionar sobre que aspectos?
Aos poucos, as lacunas vão sendo preenchidas, com direcionamentos muito destacados.
O pensamento devagar, no início centrado em cada individualidade, vai aos poucos se alargando, se expandindo, torna-se mais e mais abrangente, e com passar dos dias, cada vez vai ficando mais lúcido. Pensa-se em tudo, mas se reflete sobre o tempo, a vida no tempo, nos tempos idos, neste tempo e no que virá. Se reflete nas possibilidades de vida, de vidas, e de exercício de vidas; nas suas causas, seus porquês e na sua finitude…E o mais importante, a partir de todo um processo de revisão: o equacionamento, a dedução, a conclusão...E, nessa culminância, a necessidade que se explicita: A urgência de uma mudança.
A ativação de um processo de séculos que vem se arrastando, com resultados fracos, descompassados e improfícuos, sendo trazido de forma concentrada, direcionada e impactante, com vistas a um resultado sensível e rápido. De incrédulos, os homens passam a acreditar… de atônitos, passam a se concentrar, a se focar, a questionar… Com o ritmo mais calmo, e sendo destinado o exato tempo necessário à atitude reflexiva que lhe proporcione o lastro consciencial, na linha ascensional do bem e do amor, a mudança aponta.
É um tempo único aos homens, este que se apresenta!
Senhor! Obrigado por esse tempo!
Pela oportunidade de reflexão!
Pela chance de mudar!